maio 16, 2009

Adelmario Coelho - Músico


Com uma voz marcante que embala o ritmo que contagia a todos, o cantor Adelmario Coelho completa quinze anos de muito forró. Nascido e criado no interior da Bahia, em Barro Vermelho, distrito de Curaçá, desde criança teve contato com a música, mas não planejava ser cantor.
Trabalhou dirigindo táxi, serviu ao exército e foi servidor de segurança industrial do Pólo Petroquímico de Camaçari, mas nunca deixou de lado uma das suas grandes paixões: o forró. Em 94, gravou o seu primeiro álbum e desde então não parou mais.
Sua trajetória é marcada por muitos momentos bons e outros nem tanto. O episódio do caminhão que capotou com 3 mil cópias do seu primeiro álbum causou muita frustração, mas já foi superado. E foi para contar um pouco mais de sua história que esse forrozeiro talentoso e consagrado concedeu uma entrevista exclusiva ao iBahia.com. Confira!
iBahia.com – O que despertou o seu amor pela música?
Desde criança tenho amor pela musica e mais ainda pelo forró e acho que isso vem da minha raiz nordestina. Lá na minha cidade eu já procurava ouvir, como consumidor, o forró. Escutava principalmente Luiz Gonzaga e Trio Nordestino e tinha uma coisa assim como se fosse natureza mesmo, ou, digamos assim, a correspondência do nordestino com a sua realidade.
iBahia.com - Como foi o início da sua carreira?Na verdade, eu comecei muito tarde porque não fiz nenhum planejamento para estar na música hoje. Sai do interior do estado com o propósito de conquistar um espaço ao sol, evidentemente buscando a satisfação pessoal, e dar alegria para meus pais. Quando saí de lá de Barro Vermelho não estava planejando ser um cantor, ou coisa parecida. Na verdade, vim para Salvador querendo servir ao exército e, paralelamente, procurei uma atividade que me remunerasse bem financeiramente, que foi o táxi, e tinha como foco principal os estudos. Depois de um tempo, comecei a trabalhar no Pólo Petroquímico de Camaçari como servidor de segurança industrial. Naquela época fazia umas viagens com a família para regiões como Caruaru e Campina Grande. E no ano de 94, em uma dessas viagens, veio a idéia de querer gravar uma música. Como eu já tinha feito uma letra falando sobre a minha cidadezinha, Barro Vermelho, e a sua realidade fui para o estúdio. Quando o rapaz do estúdio me ouviu cantar, sugeriu que eu gravasse um disco. Eu não tinha repertório, mas ele insistiu. Ele me conseguiu mais 9 músicas, sendo 4 do compositor Onildo Almeida, que é um cara muito talentoso e, hoje, um grande amigo meu. Esse foi o meu primeiro vinil.
iBahia.com – Mas, nessa época, você continuava trabalhando no Pólo, não é? Como foi o processo de transição desse emprego estável para a música?
Eu cantava em alguns lugares que tinha forró, mas depois que fiz essa gravação, que foi uma luz pra mim, percebi que poderia viver da música. Em 95 eu voltei pra Caruaru já planejado pra gravar o meu primeiro CD e ai gravei a música “Não Fale Mal do Meu Pais”. E depois de um tempo percebi que teria que optar pela música ou pelo emprego. A escolha não foi difícil.
iBahia.com - Teve algum momento desses quinze anos que você se arrependeu de ter optado pela música?
Sinceramente não. Se alguma coisa foi acertada na minha vida foi essa decisão. Sou eternamente agradecido ao período que passei no Pólo e a empresa que trabalhei lá. Saí no momento certo.
iBahia.com – O caminhão que transportava as cópias do seu primeiro CD capotou, mas isso não foi tão ruim para você, correto?
Isso mesmo. (risos) Eram as três primeiras tiragens do CD e o caminhão virou ali na região de Eunápolis. Saquearam todos os três mil CDs. A princípio senti uma grande frustração, mas o lado positivo foi a divulgação do meu trabalho. (risos) Rapidamente muita gente passou a escutar a meu forró, eu comecei a receber ligações para fazer shows e minhas músicas começaram a tocar nas rádios.
iBahia.com - Você poderia fazer um balanço desses 15 anos de carreira?
Eu diria que tem mais satisfação do que tristeza. Na verdade eu tenho só a agradecer e a comemorar esses quinze anos de carreira. Agradecer a Deus, a minha família, aos meus amigos, a imprensa que sempre me acolhe muito bem e aos fãs que estão sempre ao meu lado. São alguns degraus solidamente conquistados. Digo solidamente porque não sou de me arriscar. Faço tudo muito bem pensado, com cautela.
iBahia.com – Qual tipo de música você gosta de escutar em seu tempo livre?Eu gosto de todo o tipo de música, exceto as que não têm qualidade, aquelas que agridem o ouvido e não têm nada a acrescentar. Mas para falar a verdade, em meu tempo livre, vejo muito os noticiários, mais até do que escutar música.
iBahia.com - Você poderia falar um pouco sobre seu novo CD? Como foi a escolha do repertório?
Olha, eu diria que a escolha do repertório é sempre difícil. Você tem critérios e quer trabalhar com qualidade e isso exige uma grande dedicação. Eu tenho muita dificuldade em escolher o repertório. Esse é um disco inédito. Até o ano passado, estava dando foco ao meu DVD e esse ano vou dar prioridade ao repertório do CD, que tem 14 músicas inéditas. São canções que me dão extremo orgulho como “Xô Aperreio”, “O Gonzagão”, “Casa e Comida” e “Você Não Quis”. Esse é um álbum técnico sem participações especiais.
iBahia.com – Você fará uma grande turnê de lançamento do CD. Por quais cidades você vai passar?
São inúmeras cidades. O nordeste á a base nesse primeiro semestre e, no segundo, vamos viajar para outras cidades, inclusive do Sul. Por enquanto vou ficar viajando do Ceará até a Bahia, mas a idéia é levar esse disco para todo o Brasil aos pouquinhos.
iBahia.com - Como está sua agenda para o período do São João? Muitos shows marcados?
Na verdade, já devem ter marcados mais de 35 shows para o mês de junho. Graças a Deus o forró vive um momento muito especial porque não tem mais sazonalidade. A Bahia é um dos melhores mercados do Brasil para o consumo do forró, mas todos os outros estados estão acolhendo muito bem. E eu estou muito satisfeito.

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